Eu ainda sou do tempo…
Lembrava-me hoje de manhã, enquanto esperava pelo autocarro (que desta vez pertencia ao grupos dos que saltam de nenúfar em nenúfar – recorda aqui) das coisas curiosas que vivemos na nossa infância (e a minha não foi sequer há tanto tempo como isso…) e que hoje em dia estão (ou parecem-nos) simplesmente longe…
Tinha um vizinho, com quem, dada a proximidade nas nossas casas, a minha família se dava bem, cuja “profissão” era andar pelas freguesias mais recônditas do nosso concelho e dos concelhos vizinhos, com uma carrinha, a vender produtos de limpeza (recordo-me particularmente das barras de sabão azul e branco, ou sabão macaco, e dos rolos de palha d’aço entre as caixas de OMO, os pacotes de Novycera e as garrafas de Solavar).
Para além disso, e o que realmente despertou a minha lembrança, foi o facto de ele também vender petróleo. Tinha um instrumento engraçadíssimo, uma espécie de bomba, com a qual sacava o petróleo directamente para as garrafas ou os garrafões que as pessoas traziam.
Essa actividade / ofício fez com o dito senhor ficasse conhecido (escrevo como se diz no sotaque barreirense) como Pitróleiro. Aliás, toda a família era conhecida como “os Pitróleiros”, porque, como a própria palavra remete, vendiam Pitróleo, ou melhor, Pitról!
Ainda que esta profissão continue a existir nas aldeias mais esquecidas do país, hoje em dia já não ouvimos falar destas pessoas. Aliás, com o passar do tempo, a “geração interruptor” nunca irá desconfiar que, até há bem pouco tempo, lugares mais ou menos centrais e, mesmo hoje em dia, em sítios mais longínquos, ainda haja gente sem energia eléctrica, a precisar de Pitról pró candeeiro…
Mas eu percebo… Também a mim me faz confusão que alguém tenha nascido antes da Microsoft… para não falar da televisão!!!
1 Comments:
E os mola-tesouras com o seu caracteristico assobio??
Ai k saudades....
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