Rescaldo do Casamento - Versão Sandra
E pois que a amiga "poderósa, rainha do funk" se dignou a enviar-me o seu testamento. Apesar de extenso, garanto que é um relato perfeito e um verdadeiro espelho do que realmente aconteceu naquele dia. E sobretudo, de alguém que me conhece há quase 20 anos:
"A Nádia vai casar!
Esta não foi propriamente a novidade do século. A Nádia sempre foi do tipo “casadoira”. Desde os seis anos de idade que me lembro de ouvir a Nádia descrever ao pormenor como seria o grande dia. Lembro-me como se fosse ontem dos “nossos” monólogos em que a Nádia dava asas à sua imaginação e eu me questionava se seria a única criança de 10 anos que não pensava em casar...
Pensando bem eu já oiço falar deste casamento há 19 anos!!!
E o dia chegou...
Eu tinha marcação no cabeleireiro mais concorrido de todo o Barreiro e arredores às 09h30 da manhã e, pontual como sempre, às 09h20 cheguei. A amiga Pipa (a noiva do 1º semestre) estava nos primórdios do seu penteado com a MINHA cabeleireira, a amiga Nádia (a outra) esperava pela sua cabeleireira (que fazia a sua décima mise do dia a uma senhora com pouco menos de 200 anos) e a amiga Rita chegou pouco depois. A amiga Rita fez o penteado que tinha escolhido e saiu bem-disposta e apressada, eu continuava à espera que a MINHA cabeleira acabasse o penteado que a Filipa me jurara ser rápido, a Nádia (outra) esperava. Resumindo a Nádia (outra) começou a ser atendida, a Filipa saiu às 10h40, a Nádia (outra) saiu e eu só me despachei às 11h30!
Isto assumia alguma gravidade visto que eu tinha ficado de ir buscar o Pescada e estar com ele em casa da Filipa (que fica um pouco para lá do fim do mundo) às 11h45! Eram 11h30 e eu estava à porta do cabeleireiro de calções e sem maquilhagem... Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
Chegar a casa, ignorar todos os habitantes, enfiar o vestido, fazer uma maquilhagem fast e light, calçar os sapatos, enfiar num saco as meias, a écharpe, o perfume, a mala e o postal, ligar à Filipa a dizer que estou a sair em alto stress, ficar a saber que o casamento afinal é meia hora depois e que me enganaram para que não me atrasasse, apanhar o Pescada, ir ter a casa da Filipa, cumprimentar a mãe e o irmão da Filipa, a Joana e a Susana, e comer um pitéu preparado pela mãe da Filipa enquanto o marido da Filipa se vestia, entrar no carro da Filipa e acalmar...
Chegámos à igreja calmos e a horas, já lá estavam todos: Patrícia e Zé, Joana, Lilia, Rita, Susana (outra), Inês Matos. Fotos, fotos e fotos. Aiiiiiii, não acredito!!!! A Lilia tem uns sapatos iguais aos meus!!!!!!!! Fotos aos sapatos!!!
Entramos na igreja. Vamos para a frente (eu???), do lado esquerdo, duas filas só para nós.
A Nádia chegou! Está linda demais! Tinhas razão, teres-me deixado furiosa por não contares como era o vestido teve um efeito TCHARANNN!!
Olhar à volta, as amigas lamechas começam a ficar com os olhos húmidos. A Nádia e o pai passam por nós, as amigas lamechas começam a tentar evitar as lágrimas. A Nádia chega ao altar e chora que nem uma perdida, nem consegue falar...
As amigas lamechas percebem que é impossível disfarçar e começam a recorrer aos lenços. A Joana e a Susana (outra) destacam-se em cm3 de lágrima vertida.
A cerimónia religiosa termina, saímos da igreja. Fotos, fotos, fotos!!!
Chegamos à quinta, comemos, bebemos, tiramos fotos...
Vamos para a mesa, mesa Alfundão, a melhor mesa de sempre!
Muito disparate, muito brinde, muito álcool, o primeiro lugar é nosso!
Subitamente temos um padrinho da Nádia em pé em cima da sua mesa a gritar SLB! O que é isto, uma ultrapassagem pela direita??? Os cotas da mesa ao lado animam-se e começam a fazer brindes e a beber copos de penalty. Maltinha vamos a animar! Então, 3º lugar???
O Dj Pescas mudou o cd e abriu a pista de dança, muito se bailou, cantou, coreografou. Conhecemos uma Shakira com 12 anos que nos ensinou uns belos truques…
Hora de atirar o bouquet!!! A Patrícia na primeira fila com a mini-Shakira, eu e a Lilia de lado e as outras algures. Eis senão quando à primeira ameaça da Nádia vejo a Patrícia a sofrer uma placagem de uma prima da Nádia. Eu e a Lilia percebendo a perigosidade daquele confronto decidimos abdicar do bouquet e encostar às boxes para apreciar o espectáculo que se avizinhava. 1º Lançamento do bouquet, direitinho às mãos da mini-Shakira, incontestável, de repente em voo rasante a prima da Nádia abalroa a mini-Shakira e caem ambas embrulhadas no chão. O público ficou boquiaberto, nunca ninguém tinha assistido a nada assim. Ficamos na dúvida se seria um espectáculo de restling combinado em segredo pela Nádia, mas ninguém teve coragem de perguntar. Depois disto o bouquet foi novamente lançado, apanhou uma desconhecida que se aproveitou do facto de ainda estarmos com medo da prima da Nádia ou a apanhar o queixo do chão.
Seguiu-se um filme acerca dos noivos, dos amigos e da família. Aqui o prémio da mais lamechas foi para a amiga Rita que 15 minutos depois do filme terminar ainda chorava. Partiu-se o bolo com direito a foguetes e tudo, foi lindíssimo.
Assim se chegou ao fim da festa, com muita diversão, muitos momentos preciosos, muita interacção com os funcionários do catering e muita, muita alegria.
Quem me conhece sabe que dou ao casamento a importância de outro contrato qualquer.
Mas este dia significou muito mais que isso. Acima de tudo foi a realização de um sonho. A prova de que é possível sonhar e realizar esses sonhos. E que assim se é feliz. Não pares de sonhar e de, com a tua força, carácter e perseverança, realizar os teus sonhos. Acima de tudo, não pares de ser feliz!!!!"
Palavras para quê?...
1 Comments:
opah! ler estes posts e reviver aquele dia maravilhoso que como te disse ontem, ná, foi dos mais marcantes da minha curta vida, fez-me pele de galinha de emoção, rir e quase...quase! chorar (se não estivesse no escritório já te contava eu o que derramava aqui, para manter o prémio de lamechice pós-filme dos noivos) laviubeibi***
Enviar um comentário
<< Home