Lost in Translation
Conta a história de um homem que, ainda que com uma carreira de sucesso, atravessa uma "crise de meia-idade", que se reflecte no seu casamento, o qual se torna também um dos motivos da crise. Numa viagem a Tóquio, que faz em trabalho, conhece uma jovem mulher, que por sua vez também atravessa uma crise (não de "meia-idade", porque acabou o curso há pouco tempo, mas precisamente porque ainda não sabe que rumo dar à sua vida), crise essa que é potenciada pela falta de atenção do "recém-marido", fotógrafo famoso, com quem vai a Tóquio, acompanhando-o no seu trabalho.
Uma história inteligente, com pormenores de humor e com um jogo de sedução bastante dissimulado, mas criativo. Mostra como duas pessoas aparentemente diferentes podem ter tanta coisa em comum e envolverem-se emocionalmente de forma, eu diria, ingénua.
Destaco a interpretação dos actores principais, Bill Murray e Scarlett Johansen, que me surpreendeu bastante. Para além disso, o cenário de Tóquio é perfeitamente espectacular. Se não fosse a dificuldade de comunicação (e a distância traduzida em euros, é claro), seria certamente um dos próximos locais a visitar. É a Nova Iorque do Oriente.
Nota ainda para a única coisa que falhou, mas que é exterior à produção e realização, e que se imputa ao distribuidor português: a tradução. Desde logo, o título do filme: Lost in Translation, que o tradutor, provavelmente perdido na tradução, transformou em "O amor é um lugar estranho" e depois, dentro do filme, numa interpretação do "Nobody does it better" da minha Carly Simon, eles traduzem a letra da seguinte forma:
I wasn't looking - Eu não estava à procura
But somehow you found me - Mas ainda bem que te encontrei... (No Comments).
De resto, foi, sem dúvida, um dos melhores filmes que vi nos últimos tempos.
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