Já te contei?...

Porque há coisas que às vezes ficam por contar...

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Tertúlia lá em casa

Na continuação da minha indecisão em relação ao voto no dia 11, decidi organizar uma tertúlia lá em casa, com alguns amigos, para falarmos sobre o tema. A conversa decorreu dentro dos limites do civismo e o lanche estava delicioso!!

Esgrimiram-se argumentos de ambos os lados e, parece-me, cada um continuou como estava. Quem de início tinha ideia de votar sim, continua com essa ideia firme, quem ia votar não, vai votar não... e quem estava indeciso... CONTINUA SEM SABER O QUE FAZER!!!

Grave isto, quando falta menos de uma semana para decidir...

Conclusão: a televisão corrompe a sociedade jovem (principalmente se estiver a dar o "Prision Break" ou qualquer jogo da Liga de Basket em que entre o Barreirense...)!

6 Comments:

At terça-feira, fevereiro 06, 2007, Blogger mir said...

eu cá tenho duas coisas a dizer (três, vá..):
- acho que foi uma magnifica iniciativa,
- acho mal que tenham ligado a tv,
- acho que se lá tivesse estado te teria levado a uma decisão final.

modéstia COMPLETAMENTE à parte, claro.. :P

 
At terça-feira, fevereiro 06, 2007, Blogger Scratchy said...

vamos lá ver...

ok.. a carapuça serve-me... :P

sou viciado no prison break, e do barreirense nem vale a pena falar... são assuntos do coração... ;)

de qualquer maneira acho (da minha parte) que a interferência foi mínima.. aliás, considero que te tenha mostrado por A+B aquilo que deves votar (que para não causar polémica, não vou revelar aqui)...

A tua indecisão prende-se com o facto de mais tarde te "sentires mal com o que pode acontecer"... Mas mais uma vez minha cara, não é isso que está em causa...

Abstrai-te do moralmente correcto e vota uma lei.. Vão haver sempre arrependimentos ou casos que te vão indignar.. mas é inevitável... ou não vês as notícias (sobretudo as do 4º canal)???

Dá a escolha a quem quer escolher... e deixa as opiniões para os outros... porque, como eu agora gosto muito de dizer, a opinião (e o julgamento do que é bom ou mau) de cada um vale o que vale...

... ajudei? :P

ps - fiquei com a sensação que já todos sabem o que vou votar.. am i right? ;)

 
At terça-feira, fevereiro 06, 2007, Blogger Náná said...

Scratchy: É precisamente por não perder o telejornal da TVI que me assusta o pais em que vivo... Brincadeiras à parte, também não posso pôr o "moralmente correcto" de lado, precisamente porque se trata de ume LEI!

Underdog: Se tens tanta certeza de que me convencerias, chuta aí alguns argumentos. O que eu quero é que me convençam!!

PS - Também achei mal isso da TV, mas prontos... vivemos em Democracia! Cada um tem o direito à sua opinião (às vezes...)

 
At terça-feira, fevereiro 06, 2007, Blogger Náná said...

Mas afinal, onde está a Pitseleh????

 
At quarta-feira, fevereiro 07, 2007, Anonymous Anónimo said...

Meu querido Scratchy, por mais que isso te pudesse agradar, nós não vivemos numa sociedade amoral e, felizmente, as leis são o reflexo disso mesmo!
"Abstrai-te do moralmente correcto e vota uma lei" - Isto significa o quê???? As leis não existem só para garantir direitos, somos cidadãos com deveres e responsáveis pelos nossos actos! Temos, pelo menos, o dever de votar conscientes do país em que vivemos e das possíveis consequências desse voto! Deixemo-nos de facilitismos e do deixa-andar, já era tempo!

 
At sexta-feira, fevereiro 09, 2007, Anonymous Anónimo said...

Espero que ajude... :)

"Carminho & Sandra

Carminho senta-se nos bancos almofadados do BMW da mãe. Chove lá fora. Encosta o nariz ao vidro para disfarçar duas enormes lágrimas que lhe rolam pela face. A mãe conduz o carro e aperta-lhe ternamente a mão. Há muito trânsito na Lapa ao fim da tarde. A mãe tem um olhar triste e vago mas aperta com força a mão da filha de 18 anos. Estão juntas. A caminho de Espanha.

Sandra senta-se no banco côr-de-laranja do autocarro 22 que sai de Alcântara. Chove lá fora. Encosta o nariz ao vidro para disfarçar duas enormes lágrimas que lhe rolam pela face. A mãe está sentada ao lado dela. Encosta o guarda-chuva aos pés gelados e aperta-lhe ternamente a mão. Há muito trânsito em Alcântara ao fim da tarde. A mãe tem um olhar triste e vago mas aperta com força a mão da filha de 18 anos. Estão juntas. A caminho de casa de Uma Senhora.

O BMW e o autocarro 22 cruzam-se a subir a Avenida Infante Santo.

Carminho despe-se a tremer sem nunca conseguir estancar o choro. Veste uma bata verde. Deita-se numa marquesa. É atendida por uma médica que lhe entoa palavras doces ao ouvido, enquanto lhe afaga o cabelo. Carminho sente-se a adormecer depois de respirar mais fundo o cheiro que a máscara exala. Chora enquanto dorme.

Sandra não se despe e treme muito sem conseguir estancar o choro. Nervosa, brinca com as tranças que a mãe lhe fez de manhã na tentativa de lhe recuperar a infância. A Senhora chega. A mãe entrega um envelope à Senhora. A Senhora abre-o e resmunga qualquer coisa. É altura de beber um liquido verde de sabor muito ácido. O copo está sujo, pensa Sandra. Sente-se doente e sabe que vai adormecer. Chora enquanto dorme.

Carminho acorda do seu sono induzido. Tem a mãe e a médica ao seu lado. Não sente dores no corpo mas as lágrimas não param de lhe correr cara abaixo. Sai da clínica de rosto destapado. Sabe-lhe bem o ar fresco da manhã. É tempo de regressar a casa. Quando a placa da União Europeia surge na estrada a dizer PORTUGAL, Carminho chora convulsivamente.

Sandra não acorda. E não acorda . E não acorda. A mãe geme baixinho desesperada ao seu lado. Pede à Senhora para chamar uma ambulância. A Senhora não deixa, ponha - se daqui para fora com a miúda, há uma cabine lá em baixo, livre-se de dizer a alguém que eu existo.
A mãe arrasta a Sandra inanimada escada a baixo. Um vizinho, cansado, chama o 112 e a polícia.
Sandra acorda no quarto 122 dias depois. As lágrimas cara abaixo. Não poderás ter mais filhos, Sandra, disse-lhe uma médica, emocionada.
Sai do hospital de cara tapada, coberta por um lenço. Não sente o ar fresco da manhã. No bolso junto ao útero magoado, a intimação para se apresentar a um tribunal do seu país: Portugal.


Eu voto sim . Pela Sandra e pela Carminho. Pelas suas mães e avós. Por mim.
Rita Ferro Rodrigues"

 

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