Já te contei?...

Porque há coisas que às vezes ficam por contar...

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

Favas com chouriço



Pois bem... O que é que me ocorre dizer sobre este belo tema, aqui apresentado na voz do nosso grande José Cid (ler com sotaque de locutor de rádio local), e sobre o não menos belo videoclip?

1. Que lindo piajama tem o "Zé Cid"!
2. Acorda de barba feita, mas vai fazer a barba...
3. Ainda havia autocarros de dois andares em Lisboa (LOL!)
4. Estou maravilhada com a indumentária do artista (especialmente o colete!)
5. "E nem toco a secretária que é tão boa!" - Palavras para quê? - A sensualidade que emana da rapariga não deixa margem para dúvidas.
6. O falsete da Senhora durante todo o refrão é admirável. (Já agora, alguém sabe quem ela é? - perdoem-me a ignorância...)
7. Ela: "Não sei viver sem ti amor, não sei o que fazer". Resposta: "Faz-me favas com chouriço, o meu prato favorito, quando chego para jantar, quase nem acredito!" - É a sensibilidade masculina no seu melhor!
8. Se mostraram a parte do autocarro e da repartição, porque é que não a mostram vestida de branco, os miúdos na cama e a "fogueira" acesa (será que ele queria dizer lareira)?
9. "Eu e tu, e tu e eu, e tu e eu e tu-u!" Para quem não percebeu, são os dois. Ele e ela. É isto que acontece quando já não há mais nada a dizer até ao fim da estrofe, mas ainda há uns acordes a preencher...
10. A volta que a câmara dá aos cantores, na parte final, para não ficar sempre no mesmo plano é interessantíssima, porque nos mostra um ponto de vista completamente diferente ao que estamos habituados desde o início da canção, até conseguimos ver as costas dela, as mãos do "Zé" no piano - para provar que é ele mesmo que está a tocar - voltando depois à posição inicial (grande realizador!).

Um inesquecível momento de expressão musical, que vos deixará certamente estarrecidos. Eu própria, desde que vi este videoclip, nunca mais comi favas com chouriço (a verdade é que antes também não, mas fica a informação, para que conste.)

Já agora, transcrevo a letra. É um poema a reter:

"Vá lá, são sete e meia, amor, e tens que ir trabalhar."
Acordas-me com um beijo e um sorriso no olhar.
E levantas-me da cama, depois tiras-me o pijama,
Faço a barba e dá na rádio o Zé Cid a cantar.
Apanho um autocarro, vou a pensar em ti
que levas os miúdos ao jardim infantil.
Chego à repartição, dou um beijo no escrivão
E nem toco a secretária que é tão boa.

(Refrão)
A pouco e pouco se constrói um grande amor,
De coisas tão pequenas e banais,
Basta um sorriso, um simples olhar
Um modo de amar a dois.
Um modo de amar a dois.

E às 5 e meia em ponto, telefonas-me a dizer.
"Não sei viver sem ti amor, não sei o que fazer."
Faz-me favas com chouriço, o meu prato favorito.
Quando chego p’ra jantar, quase nem acredito.
Vestiste-te de branco, uma flor nos cabelos
Os miúdos na cama e acendeste a fogueira.
Vou ficar a vida inteira a viver dessa maneira,
Eu e tu, e tu e eu, e tu e eu e tu.