É assim que me sinto, nesta fase de despedida.
Qual Álvaro de Campos, quero "sentir tudo de todas as maneiras". Absorver as imagens, memorizar os sons, guardar os cheiros, interiorizar o toque. Reunir memórias e fechá-las a cadeado, para não saírem de mim.
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Estes dias dei por mim perdida por ruas que conheço muito bem. Vagueei por becos e travessas. Fotografei mentalmente cada pormenor. Os lençóis no estendal, as portadas abertas, as flores nas varandas, o gato deitado no tejadilho do carro, a apanhar sol, até os pombos a depenicar os pedaços de pão que lhes foram atirados... As pedras da calçada, as nuvens do céu.
Está tudo cá dentro. E fará parte de mim, para sempre.
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