... vida nova (que é como quem diz, concretização de um final anunciado).
Não sabia como começar, mas já sei. Digo-te que começo a escrever este post, com o ritmo do coração acelerado e com as pernas a tremer. É um momento importante (e doloroso) para mim. Como é que te posso explicar... Sinto-me a aconchegar um filho antes de ele dormir. Mas desta vez, para sempre.
E por isso apetece-me dar-te um longo beijo e apertar-te nos meus braços. E ficar assim. A recordar cada palavra, cada som, cada imagem. Disse-te desde o início que ia fazer de ti o meu espaço de tagarelice, mas quando já nem sequer há muito para contar, não faz sentido continuar a alimentar-te, quase a soro... Manter-te vivo por egoísmo.
Termino. Porque quero ter uma memória feliz do tempo que passei contigo. Porque me chateia vir picar o ponto só para te dizer que não tenho tempo para ti. Porque os feedbacks também escasseiam e, afinal, tu precisavas de atenção...
E porque é uma vida nova que quero. E nesta vida nova preciso de mais espaço só para mim. Não te consigo ter como gostaria. E a certa altura, mesmo quando muita coisa acontece, sinto-me culpada por não poder te poder vir contar. Por essa razão, prefiro deixar-te.
Mas tenho-te comigo. Fazes parte de mim. És um pedaço da minha vida. Contigo partilhei alegrias, tristezas, desabafos, coisas de nada e momentos importantes. Aconteceu estar a viver experiências e imaginar como é que tas ia contar. Foste um veículo de mim para muitos amigos, conhecidos e desconhecidos.
Foram quase dois anos que guardo agora numa prateleira, para te ir buscar sempre que tiver saudades. E vou ter. Muitas, certamente.
Obrigada a todos. Obrigada a ti.