Santana volta à ribalta
Pode ter todos os defeitos que lhe quiserem apontar. Eu própria não nutro quaquer simpatia especial por ele, no entanto, acho que ele esteve muito bem ontem à noite, quando se recusou a terminar uma entrevista em directo, para a qual tinha sido convidado, após ter sido interrompido para ser feita a cobertura da chegada do treinador José Mourinho ao aeroporto de Lisboa! “Acha que isto se justifica?”, perguntou à jornalista quando esta retomou a entrevista. Foi tudo ao ar!!
É bem verdade que muitas vezes há interrupções na programação para serem introduzidas notícias de última hora, mas o que é que o país ganha em assistir EM DIRECTO à chegada de um treinador de futebol (fora do exercício de funções), seja ele quem for? Se ao menos fosse para assistir à chegada da selecção de futebol depois de um campeonato, até se percebia, mas isto?...
De facto a ordem de importância dos assuntos parece estar invertida. Quando uma notícia paralela sobre futebol é mais importante que uma entrevista sobre um acontecimento político é porque alguma coisa vai mal. E depois, quer se queira quer não (e apesar de muita gente não se lembrar, o que até compreendo), aquele senhor já foi – ainda que ao estilo dos primeiros Governos provisórios do regime democrático português – Primeiro-Ministro de Portugal. Isso devia ter algum valor.
Até percebo que assunto das eleições directas do PSD não seja o assunto mais interessante nos dias de hoje. Aliás, o circo que se está a formar à volta de uma quezília interna parece-me excessivo e um partido que podia ter a capacidade de liderar massas, está neste momento reduzido a apenas mais um dos partidos da oposição. E diga-se de passagem, com a acção deste Governo, o PSD tinha terreno por desbravar e preparar com calma e segurança a liderança do próximo Governo. Por este andar, não me parece que vá ter grande sorte, mas enfim, isto digo eu, que até nem percebo muito do assunto…